segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Homenagem a quem muito se dedicou ao Cruzeiro em 2012!

Marcio Rodrigues Silva é o nome do segundo Vice-Presidente do Cruzeiro. Está dentro do Clube há mais de 25 anos e já foi situação e oposição. É o maior atacadista de brinquedos da grande BH e seu carro favorito foi emplacado na cidade de Cruzeiro em São Paulo.
Neste ano, largou todos seus negócios e se mudou para a Toca da Raposa I para consertar a base Cruzeirense, há muito tempo relegada a um segundo plano. Trocou dirigentes, empregados, dispensou jogadores e restringiu a presença de gente que não pertence ao mundo azul e branco. Renovou contratos com todos os jogadores e, apartir de agora, o Cruzeiro possui pelo menos 70% do passe de cada um dos jovens craques Cruzeirenses.
Viajou com o time mundo afora e conseguiu salvar os cofres do Cruzeiro de prejuízos certos, como nos casos das vendas de Gabriel e Léo Bonattini para a Italia. Abriu as portas dos times italianos e vários grandes times italianos, como Lazio, Milan, Juventus, entre outros frequentem a Toca da Raposa I.
Em novembro de 2011, às vésperas de assumir a vice-presidência, apresentei ao Marcio meu amigo Bruno Vicintin. Bruno é filho de um dos meus mais caros amigos, Ricardo Vicintin, e é executivo do Grupo RIMA, responsável pela factoring, construtora e agropecuária do grupo empresarial. Bruno já foi membro da TFC e tornou-se Conselheiro com meu apoio e principalmente do decano do Clube, Dr. Francisco Lemos. Bruno tem estopim curto, mas é de uma gentileza sem medidas. A amizade entre Bruno e Márcio foi instantânea e profícua para o Cruzeiro. Bruno foi o responsável por bancar as passagens do time de juniores na campanha da Holanda e também pelo bicho pago aos meninos no campeonato brasileiro. Mas não é só financeiramente que Bruno ajuda Márcio. A base do Cruzeiro hoje é uma empresa que visa lucro e principalmente revelar jogadores, que darão muitas alegrias à nossa torcida ou muito lucro ao nosso Clube: visão de empresário!
Escrevo este pequeno texto, no final do ano de 2012, para homenagear dois ilustres Cruzeirenses que estão trabalhando diuturnamente para que o Cruzeiro volte aos trilhos.
Há um terceiro na foto abaixo que só participa pela amizade que tem aos outros dois, os verdadeiros artistas da renovação da base Cruzeirense.
Ver o Cruzeiro bem me faz muito feliz, independente de quem dirige o Clube. Torço e ajudo Gilvan dentro de minhas possibilidades, assim como ajudei César Masci, Alvimar e Zezé, de quem ouvi uma vez uma declaração sua a um grupo de amigos: Se o Cruzeiro tivesse mais três Anísios, seríamos imbatíveis nos bastidores!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Receitas de TV em 2012

As Receitas de Televisão dos Clubes Brasileiros 2012


Flamengo e Corinthians são os clubes que mais vão facturar com as transmissões televisivas dos seus jogos em 2012: 85 milhões de reais (aproximadamente 37 milhões de euros). Os dois principais clubes do Rio de Janeiro e São Paulo têm as maiores ‘torcidas’ do Brasil e esse foi o principal critério para o escalonamento das receitas.
Esse número mais do que duplicou face ao ano passado. Em 2011, o Mengão e o Timão receberam pouco mais de 40 milhões de reais. Porém, não foram os únicos ‘times’ a verem os seus proveitos com aos direitos de tv subir para o dobro. São Paulo, Palmeiras, Vasco e Santos também: cada um deles vai receber 75 milhões de reais (33,2 milhões de euros). Assim como Fluminense, Cruzeiro, Atlético MG, Grémio, Internacional e Botafogo, que vai gerar 55 milhões de reais (24,35 milhões de euros) só com esta rubrica.

AS RECEITAS TV DOS CLUBES BRASILEIROS 2012

#Clube20112012 2012
1Flamengo41.600.000R$84.000.000R$37.180.000€
Corinthians40.500.000R$84.000.000R$37.180.000€
3São Paulo36.200.000R$75.000.000R$33.200.000€
Palmeiras35.000.000R$75.000.000R$33.200.000€
Vasco32.200.000R$75.000.000R$33.200.000€
Santos24.700.000R$75.000.000R$33.200.000€
7Fluminense25.400.000R$55.000.000R$24.350.000€
Cruzeiro25.000.000R$55.000.000R$24.350.000€
Atlético MG24.900.000R$55.000.000R$24.350.000€
Grémio24.500.000R$55.000.000R$24.350.000€
Internacional24.000.000R$55.000.000R$24.350.000€
Botafogo23.000.000R$55.000.000R$24.350.000€
13Bahia15.800.000R$29.000.000R$12.800.000€
Atlético PR15.000.000R$29.000.000R$12.800.000€
Coritiba15.000.000R$29.000.000R$12.800.000€
Portuguesa15.000.000R$29.000.000R$12.800.000€
Sport15.000.000R$29.000.000R$12.800.000€
Guarani15.000.000R$29.000.000R$12.800.000€
Goiás15.000.000R$29.000.000R$12.800.000€
Vitória15.000.000R$29.000.000R$12.800.000€
Há ainda um quarto grupo composto por oito clubes que vão receber 29 milhões de reais. Ou 12,8 milhões de euros, sensivelmente aquilo que Benfica, FC Porto e Sporting conseguem arrecadar por ano. São eles: Bahia, Atlético PR, Coritiba, Portuguesa, Sport, Guarani, Goiás e Vitória.
Se o retorno de algumas das maiores estrelas canarinhas ao futebol brasileiro é algo que já vem acontecendo nos últimos anos, com este impulso financeiro nos cofres dos clubes a tendência deverá acentuar-se ainda mais.
Por outro lado, há ainda outra questão que poderá mudar o futebol europeu tal como o conhecemos actualmente. Praticamente qualquer equipa de topo no Velho Continente tem um jogador brasileiro nas suas fileiras. Ora, com o maior poder negocial, os ‘times’ terão também a possibilidade de fixar os maiores craques.
O Santos é um óptimo exemplo, uma vez que tem conseguido aguentar Neymar e Ganso face às investidas dos tubarões europeus, incluindo Real Madrid e Barcelona. O apelo financeiro da Europa está a ficar para trás. Agora só mesmo o apelo da competição ao mais alto nível é que pode atrair as estrelas do país onde nasceram, entre outros, Pelé, Pelé, Garrincha, Romário e Ronaldo.

O texto acima está no site http://www.futebolfinance.com/as-receitas-de-televisao-dos-clubes-brasileiros-2012.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Receitas de Clubes brasileiros têm crescimento chinês!


Reproduzo aqui matéria do jornalista Felipe Coutinho, da Folha de São Paulo, postada no dia 08/12/2012. Como gosto muito do assunto e recebo sempre questionamentos, tenho o costume de selecionar artigos interessantes que possam elucidar dúvidas dos amigos.
Os links das matérias são:
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1198104-receita-mostra-que-clubes-brasileiros-crescem-em-ritmo-chines.shtml
http://www1.folha.uol.com.br/esporte/1198106-divida-dos-clubes-brasileiros-com-o-governo-passa-de-r-612-milhoes.shtml
Boa leitura!


Receita mostra que clubes brasileiros crescem em ritmo chinês
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O futebol brasileiro se tornou uma indústria bilionária que cresce em ritmo chinês. Dados inéditos da Receita Federal mostram que os 20 times da série A de 2012 faturaram, entre 2006 e 2010, mais de R$ 7 bilhões, em valores atualizados.

O pico de faturamento é também o ano mais recente, o que mostra o aquecimento nas contas dos clubes.
Juntos, os 20 times ganharam em 2010, último ano disponível dos dado, quase R$ 1,7 bilhão, média de R$ 84 milhão por clube.

Zanone Fraissat - 21.set.2011/Folhapress
Torcedores acompanham clássico no estádio do Morumbi
Torcedores acompanham clássico no estádio do Morumbi

 
Em 2006, por exemplo, cada uma das 20 equipes que jogaram a série A de 2012 colocou em caixa, na média, R$ 53 milhões, crescimento real de 63% em cinco anos, ritmo digno de economia chinesa.
Se a elite do futebol fosse uma empresa, a Série A estaria entre as 30 maiores empresas de varejo do país.
O ranking é produzido pelo Instituto Brasileiro dos Executivos do Varejo.
Esse cenário da elite de futebol, de forte crescimento e alto faturamento, só não é perfeito em razão de uma pedra no sapato dos cartolas brasileiros: o alto endividamento (veja texto abaixo).
Os números sobre o faturamento da elite do futebol são oficiais, levantados pela Receita a partir das declarações enviadas pelos 20 times. Como em toda declaração, os dados podem mudar, ou porque o contribuinte fez alterações, ou porque os auditores apuraram inconsistências.
OTIMISMO
As projeções para os próximos anos são otimistas. Cartolas, empresários e governo esperam um boom de arrecadação com a Copa do Mundo de 2014.
Novas receitas são esperadas com as 12 arenas do Mundial, além dos novos estádios do Palmeiras e do Grêmio.
Esses 14 estádios usarão o novo conceito de arena multiuso para tentar fazer mais dinheiro sem depender do desempenho nos gramados.
Um exemplo é o estádio Morumbi, que o São Paulo aluga por até R$ 1 milhão para a realização de shows.
Soma-se a isso o repasse estimado em R$ 1 bilhão em 2012 somente pelos direitos televisivos.
Editoria de Arte/Folhapress
PAULISTAS
Dos 20 times da Série A 2012, 12 se concentram na região Sudeste, ou 40%. Mas, de acordo com os dados da Receita, a concentração de dinheiro nessa região é ainda maior. Dos R$ 1,7 bilhão faturados em 2010, 75% ficaram com clubes do Sudeste.
Pelos números da Receita, pode-se dizer que a indústria do futebol brasileiro é predominantemente paulista.
Se o Sudeste faturou R$ 5,2 bilhões em cinco anos, só os paulistas ficaram com R$ 3,5 bilhões (67%) dessa fortuna.
Ou seja, metade da arrecadação da Série A.
Não há dados discriminados por times, o que configuraria quebra de sigilo.
No período levantado, de 2006 a 2010, todos os títulos foram conquistados por times do eixo Rio-São Paulo.

Dívida dos clubes brasileiros com o governo passa de R$ 612 milhões
FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

Se a elite do futebol já é uma indústria bilionária, é também um setor altamente endividado. Segundo dados da Receita Federal, a dívida acumulada dos times com o governo até 2010 era de mais de R$ 612 milhões, incluindo juros e multas.

O valor computa as dívidas fazendárias (impostos) e previdenciária (INSS), e se refere ao que o governo efetivamente cobra e tenta recuperar dos clubes --não inclui a dívida previdenciária que foi suspensa para pagamentos parcelados, em função de acordos.

Wagner Damásio/Divulgação/Sport
Entre os maiores clubes, o Sport tem uma das menores dívidas
Entre os maiores clubes, o Sport tem uma das menores dívidas
 
Se os 20 times fossem pagar a dívida do governo em um ano, eles praticamente quebrariam. De cada R$ 100 arrecadados, por exemplo, em média pelo menos R$ 40 ficariam com o governo.
Os números da Receita apontam os times paulistas como os mais endividados. Os seis clubes devem R$ 462 milhões-- 75,5% do total. A menor dívida é dos nordestinos (Náutico, Sport e Bahia) e no Atlético-GO. O governo cobra R$ 7,17 milhões.
Neste ano, a bancada da bola no Congresso cogitou aproveitar Medida Provisória para embutir espécie de "perdão" para essa dívida, em troca de bolsas para atletas olímpicos. A ideia era inspirada em benefício similar dado a universidades endividadas, mas esse plano ficou para 2013.
Deputados e dirigentes avaliam que o projeto deve antes passar pelo crivo da área econômica do governo.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Evolução econômico financeira dos Clubes na visão de um Banco de Investimentos

Reproduzo, abaixo, o texto de Emerson Gonçalves sobre uma análise feita por especialistas em finanças do Banco Itau BBA, que retrata bem os clubes brasileiros sob a ótica econômica e financeira. O site em questão encontra-se na página http://globoesporte.globo.com/platb/olharcronicoesportivo/2012/12/04/clubes-apresentam-evolucao-economico-financeira-na-visao-do-itau-bba/

Estou preparando comentários a respeito da posição do nosso Cruzeiro em cada gráfico da matéria. Publicarei oportunamente.

Clubes apresentam evolução econômico-financeira na visão do Itaú BBA


ter, 04/12/12
por Emerson Gonçalves |
 

Aguardava com muita expectativa por esse trabalho desenvolvido pelo pessoal da área de crédito do Itaú/BBA, não só pela sua qualidade, mas principalmente por mostrar como o mercado financeiro enxerga nossos clubes. O Itaú BBA, como definido em seu site, é o banco de atacado, investimentos e tesouraria institucional do Grupo Itaú Unibanco, um dos maiores conglomerados financeiros do mundo. É interessante notar que esse braço do conglomerado só trabalha com empresas com faturamento acima de 150 milhões de reais, valor que pode ser considerado um gatilho a partir do qual uma empresa passa a ter um volume de recursos que não só suporta como exige o emprego das melhores e mais eficientes e sofisticadas ferramentas financeiras disponíveis no mercado. Dentro desse valor já se enquadram alguns de nossos clubes, com outros a caminho no correr desse ano e do vindouro. Achei oportuno mencionar isso para dar uma ideia da dimensão financeira que essas instituições esportivas já possuem e, mesmo assim, continuam a ser administradas mais pela paixão do que pela razão.
Na introdução desse trabalho há um trecho que vou transcrever e que define com clareza a importância da boa gestão para os clubes, sintetizando a própria razão de ser desse OCE, pontos que venho colocando nos posts ano após ano:
De uns tempos para cá, acredita-se que desde a Lei Pelé, a partir de quando os clubes de futebol passaram a disponibilizar balanços oficialmente, os torcedores foram incorporando novos itens à discussão futebolística. Agora, além dos elencos e seus títulos, os torcedores também celebram os melhores contratos com a TV, os bons patrocínios de camisa, a venda de um jogador por valor recorde, e por fim, os bons resultados econômico-financeiros. O torcedor passou a entender que uma boa saúde financeira dos clubes é o que permitirá a formação de bons times e, naturalmente, times vencedores. Mais que isto, está claro que a boa saúde financeira permitirá aos clubes pensarem a longo prazo e, por que não?, se perpetuarem como clubes grandes de fato.
Muitas vezes o torcedor não percebe que o que realmente importa é menos uma conquista esporádica, por mais fantástica e por mais alegria que ela proporcione, e muito mais a perpetuação de um clube como uma grande instituição de fato. Um título pode custar caro demais em termos de futuro.
Com esse estudo, acredito que fechamos um 2012 extremamente rico em análises e levantamentos, desde os mais simples e despojados de minha própria autoria, até os mais completos e abrangentes, desenvolvidos pelos profissionais da BDO, Mazars, Pluri e agora Itaú BBA, dando ao leitor do OCE uma imagem tão completa quanto diversificada sobre a situação e desempenho financeiros de nossos clubes.

Considerações preliminares
Esse trabalho nasceu graças à paixão pelo futebol que têm os profissionais do banco e pelo acompanhamento da realidade dos mesmos através dos balanços. Por sinal, a equipe de profissionais adotou a mesma postura que eu costumo empregar nesses estudos que têm por base os balanços anuais: informações públicas e disponibilidade dos balanços nos sites oficiais, sem recorrer aos clubes para informações ou esclarecimento de dúvidas.
Da mesma forma que ocorre com o pessoal das empresas de consultoria e auditoria e mais ainda comigo mesmo, os analistas depararam com inúmeras dificuldades e muitas idas e vindas na elaboração do estudo, provocadas pela falta de padronização nas informações (apesar de haver uma norma contábil regendo os registros financeiros nos balanços dos clubes) e pelas diferentes interpretações que os clubes dão para lançamentos idênticos.
Houve o entendimento de que não valeria a pena traçar comparações com os clubes europeus, principalmente em função das grandes disparidades econômicas e esportivas entre os clubes, assim como das economias nacionais. O trabalho, portanto, ficou restrito aos 16 clubes entre os 20 que disputaram a Série A 2012 do Campeonato Brasileiro.
Um ponto importante, uma pausa para um pouco de bom humor e uma informação exclusiva para o leitor do OCE: a equipe de analistas responsável por esse estudo é formada por um cruzeirense, um gremista, um palmeirense, um são-paulino e quatro corintianos.
E antes de entrarmos no estudo propriamente dito, três observações:
- os trechos transcritos da análise estão entre aspas;
- dentro deles, os trechos em negrito são destaques feitos por mim, no sentido de chamar a atenção do leitor para pontos que considero relevantes ou que sintetizam uma determinada situação;
- minha opinião e outras observações estão expressas, portanto, nos trechos sem aspas;
- as análises sobre Botafogo e Fluminense são prejudicadas pelo fato das movimentações financeiras desses dois clubes não refletirem a realidade; o Botafogo por ter uma companhia à parte recebendo receitas e pagando custos e despesas que seriam do clube, o mesmo ocorrendo com o Fluminense por meio da parceria com a Unimed.

Receitas
“O ano de 2011 foi bastante positivo no tocante às receitas dos clubes avaliados, que apresentaram um crescimento médio de 29,7% sobre 2010. Destaques para Santos (+62%), Vasco (+63%), Flamengo (+43%) e Corinthians (+36%). Alguns clubes tiveram desempenho bem abaixo dessa média, como Grêmio (+3%), Atlético Mineiro (+8%) e São Paulo (+15%). O valor da receita bruta dos 16 clubes foi de 1,9 bilhão de reais contra 1,4 bilhão em 2010.”
As receitas brutas de 2010 foram de R$ 1.484 milhões, e cresceram 29,7%, atingindo R$ 1.925 milhões em 2011
“O ponto forte desse crescimento das receitas foi a assinatura dos novos contratos de cessão de direitos de transmissão, que a cada ano aumentam sua participação no bolo de Receitas – cerca de 36% das receitas veio da TV, contra 18% de patrocínios e 15% da negociação de direitos federativos. A exceção foi o São Paulo, que conseguiu agregar receita relevante através do aluguel do seu estádio, o Morumbi, que responde por 18% das receitas do clube.
Observa-se que há concentração de receitas em poucos clubes – em 2010 os cinco clubes de maior receita tinham 53% do total e em 2011 este número aumentou para 54,4% – com uma alteração nos componentes do grupo. Em 2010 ele era formado por Corinthians, Flamengo, Internacional, São Paulo e Palmeiras, que em 2011 foi substituído pelo Santos, positivamente impactado pelo título da Libertadores e sua presença no Mundial de Clubes.”

Custos & Despesas
Os analistas do Itaú BBA encontraram dificuldades nessas duas áreas, pois a composição e descrição dos diversos itens de despesas deixam muito a desejar em boa parte dos balanços.

“Um ponto importante a destacar é que os custos cresceram menos que as receitas. A soma de custos e despesas cresceu, de forma consolidada, 17% em 2011. O maior destaque foi o Palmeiras, que teve redução de 20% nestes itens, enquanto que Figueirense (+91%), Coritiba (+68%), Santos (+40%) e Botafogo (+32%) foram os que apresentaram maiores crescimentos nos custos e despesas. Aqui é o reflexo do aumento nas receitas, que possibilitou aumentar salários de atletas.”


Investimentos
Esse é um ponto em que o estudo Itaú BBA apresenta algumas diferenças em relação a outros trabalhos que os leitores já conhecem: a análise separada dos investimentos, com informações muito interessantes para o torcedor, valendo uma olhada mais demorada e um pouco de reflexão a respeito.
“Investimento é um dos pilares de sustentação de um clube, em conjunto com a conquista de títulos. Em tese, deveriam andar juntos e terem correlação direta – mais investimentos, mais títulos – mas na prática isto ainda não é verdade. De qualquer forma, se não é, deveria ser a principal fonte de aplicação de recursos de um clube.
Como investimentos classificamos a Formação de Elenco profissional (aquisição de atletas e renovação de contratos), Formação de Atletas (investimento nas Categorias de Base) e investimento em Ativo Fixo (instalações).

É natural imaginar que um clube que investe sua geração de caixa nestes 3 itens tende a ter melhor desempenho esportivo. Mas, como estamos falando de Futebol, isto nem sempre é verdade no curto prazo. Afinal, mesmo com um elenco mais modesto em termos de custos, uma estrutura menos sofisticada ou até nenhuma presença de jogadores formados na Base, um clube pode ser Campeão. Faz parte da beleza do esporte.
Contudo, há de se acreditar que, no longo prazo, os clubes que tiverem melhor estrutura física – Centros de Treinamento – tendem a atrair melhores atletas, dada a boa condição de trabalho. Além disso, e principalmente, os clubes que conseguirem formar mais atletas tendem a gastar menos dinheiro em contratações e ainda podem obter bom retorno financeiro com a venda dos direitos desses atletas. A equação é simples.
Neste sentido, os clubes que mais investiram no futebol Brasileiro em 2010 e 2011 foram São Paulo e Corinthians. E se em 2010 rivalizaram com o Palmeiras – São Paulo (R$ 60 milhões), Corinthians (R$ 45 milhões) e Palmeiras (R$ 48 milhões) – em 2011 a diferença foi gritante: São Paulo e Corinthians investiram quase R$ 100 milhões cada um, enquanto o Internacional, terceiro clube que mais investiu, fez R$ 40 milhões. Em 2010 ambos responderam por 34% do total de Investimentos (de R$ 316 milhões), e em 2011 este número saltou para 40% (de R$ 476 milhões). Alguns destaques:
i) São Paulo e Santos são os clubes que mais investem na formação de Categorias de Base;
ii) São Paulo e Corinthians são os que mais investem em Estrutura;
iii) em 2011, São Paulo e Corinthians foram os clubes que mais investiram em Formação de Elenco.

Dívidas
Em relação às dívidas dos clubes a análise do Itaú BBA constatou a validade de uma velha máxima: dívida em si não é ruim. Apesar de verdadeira, não deixa de ser perigosa, o que é destacado pela própria análise.
“Apesar do aumento das Receitas e da redução nos Custos, os clubes cresceram suas Dívidas Bancárias em 24%. Em 2010 a Dívida Bancária Líquida dos clubes era de R$ 609 milhões e subiu para R$ 754 milhões em 2011. O aspecto positivo é que agora elas estão associadas a investimentos em ativos fixos e formação de elenco*, e distanciam-se daquelas dívidas necessárias para bancar o dia-a-dia do futebol, e que não tem retorno claro. Quando o clube investe, ainda que com dívida cara, está aumentando ativos que geram valor, seja em estádios, centros de treinamento, formação de suas categorias de base ou na contratação de atletas. Uma ação importante que os clubes têm tomado é a de buscar fontes de financiamento menos onerosas que os Bancos.

Em geral, optam por adiantar receitas de Patrocinadores e Cotas de contratos de transmissão com a TV. Mas é preciso ressaltar que, se de um lado são recursos mais baratos que aqueles tomados em Bancos, por outro significa que Receitas que deveriam compor o caixa em 2012, 2013 ou até 2014, foram utilizadas em 2011. Logo, podem fazer falta mais para frente. O que mitiga isto é continuar crescendo as receitas, melhorando os contratos. Enquanto a bicicleta roda, tudo se acerta. Mas uma queda nos valores desses contratos significará dificuldades para os clubes que se financiam mais fortemente desta forma.


Dentro dos financiamentos “tradicionais”, ou seja, através de Bancos, os clubes que tiveram maior acréscimo de Dívida Bancária foram Coritiba (+92%), Fluminense (+59%), São Paulo (49%), Grêmio (+43%) e Vasco (31%). Os destaques positivos foram o Internacional, que não tinha dívidas em 2010 e passou a ter ainda mais caixa (R$ 31 MM), Corinthians (-19%) e Santos (-17%).

Entre os financiadores conhecidos, o Banco BMG aumentou sua presença, concentrando em 2011 59% das dívidas bancárias, ante 42% em 2010, quando já era o maior financiador. É importante ressaltar que, geralmente, quando se fala em Dívida de Clube de Futebol, costuma-se incluir passivos com Tributos e a Timemania. Sendo pragmáticos, a Timemania não é exigível sob o ponto-de-vista de Caixa do clube, pois é amortizada com os recursos gerados pela aposta da loteria. Além disso, os tributos parcelados têm prazo de pagamento bastante alongado, o que diminui o impacto sobre os clubes. Por isso entendemos que, para falar em Dívida de Clube de Futebol, temos que excluir estes itens, o que torna mais realista a situação de caixa.”

Particularmente, eu considero um risco o crescimento das dívidas junto aos bancos, ainda mais quando praticadas com um custo muito elevado. Como vimos em 2011 em post desse OCE (“Como o mundo das finanças enxerga o futebol”), nossos clubes têm baixa bancabilidade, o que ajuda a entender a forte concentração de dívidas em instituições consideradas como segunda linha no mercado, como é o caso dos bancos BMG, BIC e Industrial. No caso desses dois últimos o total devido caiu bastante em 2011 em relação a 2010. Ao mesmo tempo é estranha a forte concentração em um só banco, o que pode ser entendido, em parte, pela presença dessa entidade, o BMG, em operações ligadas às negociações de direitos federativos de atletas e também à sua forte presença como patrocinador em grande número de clubes durante os últimos anos. Essa situação foi abordada no post “Patrocínio ou Balcão de Negócios”, em janeiro desse ano, além de mencionada em muitos outros.

Liquidez e Eventos Subsequentes – dois alertas a serem considerados
Juntei aqui dois pontos que o estudo abordou separadamente. Em cada um deles encontramos um sinal de risco, algo a exigir cuidados presentes e futuros.
“Um indicativo de “tranquilidade” da gestão financeira é a posição de Liquidez, medida através do Capital Circulante Líquido (CCL), que é a diferença entre Ativos de Curto Prazo e Passivos de Curto Prazo. Resumida e simploriamente, isso significa o que o clube tem a receber menos o que tem a pagar no curto prazo. Neste quesito os clubes vão muito mal. Todos os times possuem CCL negativo, o que significa que devem mais que o que tem a receber, e o cenário piorou em 2011. Isto significa que os financiamentos tem sido tomado em prazos mais curtos e a aplicação dos recursos em ativos de prazo mais longo. O que vimos foi o aumento expressivo nos Investimentos em Permanente, que são os elencos e estruturas fixas (centros de treinamento e estádios). O retorno é de longo prazo, mas as dívidas precisam ser pagas no curto prazo. Resultado disso é uma gestão mais “nervosa” do dia-a-dia.”
“No outro item da análise, os Eventos Subsequentes, os Balanços mostraram uma movimentação expressiva nos Ativos e Passivos, que representa o novo contrato dos Direitos de Transmissão de Televisão do Campeonato Brasileiro. Não houve uniformidade na contabilização, mas a maioria optou por lançar Ativos e Passivos de mesmo montante, representando os valores a receber e a performance a executar desses contratos. Para muitos casos não houve entrada de caixa, e é certo que haverá forte incremento de caixa nos próximos anos, mas alguns clubes já se utilizaram dessa fonte. Isto significa que alguns clubes sacrificaram o caixa no final do ano, se endividaram para montagem dos elencos de 2012, contando com esta nova receita.”

Avaliação do Futebol Brasileiro Pelos Resultados de 2011
O estudo do Itaú BBA termina com uma avaliação geral positiva, apesar dos pontos negativos e de risco apontados em seu decorrer. Essa visão se coaduna perfeitamente com o que temos observado no decorrer dos últimos anos: apesar dos muitos problemas, a gestão do nosso futebol vem evoluindo. Lentamente, é verdade, o que já é muito melhor que nada. Como disse no início, é muito interessante para os clubes e para os torcedores ter conhecimento dessa visão de profissionais do mundo das finanças a respeito desse outro mundo que nos é tão caro, o mundo da bola.
“O Futebol Brasileiro apresentou evolução em termos econômico-financeiros em 2011. Há movimentos muito positivos e interessantes, ao mesmo tempo em que vemos motivos de preocupação de médio prazo.
Positivamente, as receitas com Futebol continuam crescendo, especialmente com Patrocinadores, mas substancialmente com Cotas de Direitos Televisivos dos Campeonatos. Isto possibilita aos clubes aumentarem seus custos e despesas diretas com o Futebol, resultando em mais contratações e melhores salários. Consequentemente, melhores elencos e campeonatos, esportivamente falando.
Um aspecto positivo foi o aumento nos Investimentos, especialmente em formação de elenco – reflexo da condição citada acima – e nas Categorias de Base. Neste item, fundamental para o desempenho de longo prazo dos clubes a custos mais acessíveis, apenas poucos clubes tem atuado de forma relevante, com destaque para São Paulo e Santos. Outro destaque, mas pelo investimento em estrutura de centro de treinamentos, é o Corinthians, que junto com o São Paulo são os clubes que melhor vêm se preparando em termos de estrutura.
Outro importante movimento foi o equacionamento dos passivos tributários, fiscais e trabalhistas. Em alguns casos, especialmente nos times do Rio de Janeiro, vimos acertos com a Justiça, reduzindo estas dívidas.
Também salientamos que os clubes dependem cada vez menos das Receitas com vendas de Atletas, e tem buscado diversificar a entrada de caixa, seja via exploração dos seus estádios, seja via projetos consistentes de Sócios-Torcedores. Ainda há muito a caminhar, mas alguns clubes já iniciaram a trilha.
Negativamente, os clubes continuam elevando suas Dívidas, mesmo com o crescimento das Receitas. Ao menos têm optado por financiar-se com linhas Operacionais, especialmente Adiantamentos de Receitas, que são mais baratas que financiamentos bancários. Mas isto tem um preço, que é a necessidade de manutenção dos contratos no longo prazo, pois o adiantamento de hoje terá que ser recomposto nos próximos anos.
Enfim, o Futebol Brasileiro evolui, e com o aumento das receitas com a TV a partir de 2012 há ainda mais possibilidades de melhoria. Basta que os Dirigentes mantenham-se alinhados com as boas práticas da Gestão Financeira, e pensem a longo prazo.”

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A Italia visita a Toca II

          A vida nos prega peças e nos proporciona muitas emoções. De repente recebemos notícias que mudam totalmente o andamento do nosso dia. Terça-feira foi um dia assim. Estava trabalhando tranquilamente quando meu telefone tocou; era Leonardo, secretário-geral da Câmara de Comércio Ítalo-Brasileira de Minas Gerais, me informando que uma delegação da Federazione Italiana Gioco Calcio (FIGC) estava chegando a Belo Horizonte para visitar alguns locais escolhidos para abrigar seleções durante a Copa do Mundo e Copa das Confederações e, entre tais locais, estavam as duas Tocas da Raposa. Leonardo pediu para que eu, como diretor da Câmara Italiana, a representasse em tal visita. Em seguida, fui comunicado também pelo governo do Estado sobre a presença ilustre em Belo Horizonte e me solicitaram que, como vice-presidente da Associação de Cultura Italiana, representasse a comunidade.
          Em visita à Italia em março do presente ano o Governador Antonio Anastasia visitou, em Roma, a sede da Federação Italiana Gioco Calcio e fez o convite ao presidente daquela instituição para que a Italia se hospedasse em Belo Horizonte. Fez parte da comitiva do governador o Conselheiro do Cruzeiro Alberto Medioli que entregou ao dirigente italiano um book com as apresentações das instalações dos Cruzeiro. Na foto abaixo vemos o secretário de Turismo de Minas Gerais Agostinho Patrus e Alberto Medioli durante a visita.


          Entrei em contato com o Marcone Barbosa, que estava no Rio de Janeiro participando da Feira Mundial de Futebol com praticamente toda a diretoria do departamento de futebol do Cruzeiro. Perante a ausência de nossos maiorais futebolísticos, liguei para a Rita, chefe do departamento de Relações Públicas, e contei-lhe a novidade. Prontamente ela providenciou vários  kits contendo uma camisa do Palestra, chaveiros, pins, canetas, revistas e o livro de Plínio Barreto: De Palestra a Cruzeiro - uma trajetória de glórias. Passei na ACIBRA e busquei várias bandeiras italianas e no final da tarde, após encerrar meu expediente bancário, rumei para a Toca da Raposa II. Lá chegando, fui recepcionado pelo Guilherme Mendes que foi um perfeito cavagliere com os nossos patrícios.
          Às 17:50 hs os italianos chegaram em um micro-ônibus de uma empresa parceira da ACIBRA, Expresso Biaggini, e escoltados por várias viaturas da Polícia Militar. Faziam parte da comitiva o Signore Mauro Vladovich, administrador da Seleção, Stefano Balducci, dirigente da Federação, Annarita Stallone, diretora de logística, Renzo Castellato, assistente técnico do treinador e Giambattista Venturati, preparador físico. Estavam ainda presentes Matheus Alves Teixeira e Glauco Carvalho da SECOPA e tradutores. Obviamente, em solo italiano, que é o caso das instalações do Cruzeiro, o uso de tradutores foi dispensado.
          Primeiramente se dirigiram aos gramados em frente ao hotel e ficaram impressionados com a qualidade dos dois campos. Ficaram espantados de verem como os campos são destinados a funções específicas. Os quatro gramados da Toca têm funções diferentes: um com o tamanho exato do gramado do Mineirão, outro com as medidas do Independência, o terceiro bem largo e comprido, que pode ser moldado em qualquer tamanho dependendo do estádio onde jogaremos e o quarto, com um gramado e piso de menor qualidade, visando a preparação para jogos em estádios mais precários, como alguns que existem pelo interior de nosso país.
          Se dirigiram ao hotel, que fora decorado com bandeiras italianas, onde foram presenteados com os kits, e vistoriaram os quartos, cozinha, refeitório, sala de jogos, as instalações administrativas, escritórios e ficaram muitíssimo impressionados com o auditório e nossa sala de edição de vídeos. Depois nos dirigimos para a parte esportiva da Toca e mostramos sala de imprensa, escritórios de comunicação, departamento médico, de nutrição, vestiários de visitantes e área de lazer, com quadra de volei, de tênis e as churrasqueiras. Também se deliciaram com os gramados dos dois campos que ficam em frente aos vestiários. Aliás, o vestiário principal deixou-os de boca aberta e os visitantes o compararam com o da Juventus em Vinovo, com o que prontamente concordei, pois visitei tal CT em maio passado.
          O que realmente impressionou os italianos foi nosso departamento de fisioterapia. A academia com seus modernos aparelhos, a piscina térmica e sobretudo o CARE. O CARE é o centro de reabilitação de atletas que possui os mais modernos aparelhos que um centro de recuperação poderia ter. Aparelhos de ultra-som, micro-ondas, raios-x e principalmente o que é xodó de nosso fisioterapêuta Charlinho e que é um recuperador isocinético. Os dois preparadores físicos quase piraram quando viram aquela estrutura toda!
          A visita que era para acontecer em apenas trinta minutos demorou mais de uma hora. Já saíram da Toca da Raposa II com a noite caindo. E o mais interessante: desistiram de visitar outros centros de treinamento. Disseram que o que viram na Toca II, não seria possível encontrar em outro CT.
          Na foto abaixo, vemos a delegação italiana, vendo da esquerda para a direita: Guilherme Mendes, Balducci, Annarita, Casellato, Ciscotto, Vladovich e Venturati.



          Na foto seguinte, estão os membros da delegação italiana e os membros da SECOPA, tendo ao fundo o escudo do Cruzeiro.



          Durante toda a visita, contei-lhes a História de nosso Cruzeiro, como nascera Palestra Italia e como mudamos nossa cor para o azul da Nazionale Italiana. Contei sobre patrocinadores italianos, a comunidade, as festas, comemorações e sobretudo, como ficaríamos felizes com a presença da Italia em Belo Horizonte.
          Mas, ao final da visita, fui presenteado, pelo Signore Mauro Vladovich, com uma camisa oficial da Azzurra, usada por Pirlo em um jogo das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014! Nas mangas possui os emblemas da FIFA e fair play e com o símbolo da Copa de 2014. Foi muita emoção para um simples italiano!


         No dia seguinte embarcaram para São Paulo, onde tive a certeza que visitariam o Palmeiras, o que realmente aconteceu, mas fiquei feliz em ler a notícia do UOL, que reproduzo o link abaixo.

http://copadomundo.uol.com.br/noticias/redacao/2012/11/29/tecnico-da-selecao-italiana-visita-ct-do-palmeiras-em-sao-paulo.htm?cmpid=ctw-copa-do-mundo-2014-news

          Na reunião do Conselho Deliberativo acontecida em 29 de novembro, pedi a palavra e narrei aos colegas de Conselho sobre a visita acontecida em nossas instalações e a repercussão que a presença italiana em Belo Horizonte pode trazer. Pedi ao Presidente Gilvan que acompanhe de perto tal possibilidade. Agora, o sucesso da empreitada de trazê-los a Belo Horizonte está nas mãos de nosso Presidente.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Os 17 Clubes com a marca mais valiosa em 2012.

O estudo abaixo foi publicado no site www.futebolfinance.com.br . Como gosto de tal assunto, reproduzo em meu blog cumprimentando o autor.

 

 

Os 17 Clubes Brasileiros com a Marca mais Valiosa em 2012


Nos últimos anos, a BDO tem vindo a desenvolver um estudo sobre o valor das marcas dos principais clubes brasileiros. Esta análise assenta em dezoito variáveis com base em dados financeiros, análises do perfil geográfico, económico e social dos adeptos e dos seus hábitos de consumo, informações de marketing e dados económicos e sociais do mercado brasileiro. Relativamente aos dados financeiros, não são consideradas as receitas com transferências de atletas baseando-se a análise apenas em receitas de marketing, estádio, associados e media geradas entre 2003 e 2011.
Com a cada vez maior proximidade do Mundial de 2014, as receitas dos clubes brasileiros têm vindo a aumentar gradualmente. Segundo a mesma empresa, o volume de receitas em 2011 atingiu os 2,7 biliões de Reais (cerca de 1,03 biliões de Euros) devendo-se sobretudo a um aumento do poder de compra da população, ao crescimento das receitas com direitos televisivos e ao aumento das receitas de publicidade e bilheteira.
Deste modo, nos últimos anos o Corinthians tem cimentado a sua posição como o clube com a marca mais valiosa do Brasil seguido do Flamengo e do São Paulo. Os clubes que registaram o maior crescimento em termos percentuais entre 2011 e 2012 foram o Vasco da Gama, o Bahia, o Coritiba e o Santos. Neste período, o ranking manteve-se relativamente inalterado registando-se apenas a troca de posições entre o Grêmio e o Vasco da Gama e entre os três últimos clubes.
OS CLUBES BRASILEIROS COM AS MARCAS MAIS VALIOSAS – 2010 A 2012
Pos.2012Valor R$Valor €Var %2011Valor R$Valor €Var %2010Valor R$Valor €
1Corinthians1.005,5383,416,0%Corinthians867,0330,615,6%Corinthians749,8285,9
2Flamengo792,0302,014,9%Flamengo (+1)689,5262,910,3%São Paulo659,8251,6
3São Paulo771,0294,016,1%São Paulo (-1)664,2253,30,7%Flamengo625,3238,4
4Palmeiras481,2183,56,2%Palmeiras452,9172,72,0%Palmeiras444,1169,4
5Internacional392,9149,841,4%Internacional277,9106,03,4%Internacional268,7102,5
6Santos341,6130,349,9%Santos (+2)227,986,948,7%Grêmio222,885,0
7Vasco da Gama (+1)316,7120,894,9%Grêmio (-1)224,685,60,8%Vasco da Gama156,559,7
8Grêmio (-1)316,1120,540,7%Vasco da Gama (-1)162,562,03,8%Santos153,358,5
9Cruzeiro205,078,235,5%Cruzeiro151,357,78,4%Cruzeiro139,653,2
10Atlético Mineiro179,168,319,0%Atlético Mineiro150,557,436,4%Atlético Mineiro110,342,1
11Fluminense157,460,016,0%Fluminense135,751,730,2%Fluminense104,239,7
12Botafogo112,642,924,1%Botafogo90,734,60,9%Botafogo89,934,3
13Atlético Paranaense86,933,114,9%Atlético Paranaense75,628,811,7%Atlético Paranaense67,725,8
14Coritiba83,331,854,0%Coritiba54,120,61,3%Coritiba53,420,4
15Bahia (+2)55,021,093,0%Vitória (+1)40,815,611,2%Sport37,314,2
16Vitória (-1)42,316,13,7%Sport (-1)39,315,05,4%Vitória36,714,0
17Sport (-1)41,916,06,6%Bahia28,510,937,0%Bahia20,87,9
Notas: (1) Valores em milhões de Reais e Euros; (2) 1 BRL = 0,381336 EUR a 28 de Outubro de 2012.

sábado, 6 de outubro de 2012

Setenta anos de Cruzeiro!

                     Em 02 de janeiro de 1921 nasceu em Belo Horizonte a instituição esportiva de origem italiana chamada Palestra Italia. Tal instituição reunia sob as cores da bandeira italiana os italianos que para Belo Horizonte vieram e seus descendentes, a maioria já nascida na capital construída com o suor de seus pais e avós.
        Quis o destino que aquela instituição crescesse e se tornasse em um grande clube de futebol que, apesar da tenra idade, já amealhasse grandes conquistas sobrepujando os outros times mais antigos e pertencentes à elite mineira, quando da deflagração do conflito mundial que arrasou a Europa na década de 1940.
        Quando o Brasil juntou forças ao lado dos aliados, as potências do eixo tornaram-se inimigas e a origem italiana do Palestra trouxe sobre o Clube do Barro Preto e seus sócios a dúvida sobre seu patriotismo e o temor de que passassem a colaborar com o inimigo italiano. Porém, os laços com a antiga pátria já haviam se rompido em boa parte e novos laços já estavam consolidados com a Pátria que os acolhera. O Palestra, já àquela época, se tornara uma potência esportiva nacional, conhecida e respeitada em todo o Brasil e como tal, estava inserido no mundo desportivo brasileiro.
        Porém, de nada adiantava ser brasileiro. Precisava demonstrar que era brasileiro e assim, o Governo Brasileiro sancionou uma lei que obrigava a todas as instituições que trouxessem no nome alusões aos países do eixo mudassem de nome. E coube ao Palestra Italia de Belo Horizonte dar a maior demonstração de civismo dada entre todos as instituições que tiveram que, à força, serem rebatizadas.

         Em 07 de outubro de 1942, apenas trinta e oito dias após a declaração de guerra contra os países do eixo, o Conselho Deliberativo do Palestra Italia resolveu, após algumas controvérsias, escolher o nome com o qual trilharia seu caminho de vitórias e conquistas no cenário mundial dos esportes. Naquela data, em reunião conturbada na qual o presidente Ennes Cyro Poni renunciou devido a divergências entre sócios que queriam que continuasse o nome de fundação e outros que apoiavam a mudança obedecendo à lei, Oswaldo Pinto Coelho, ex-presidente do clube, sugeriu que o nome passasse a ser Cruzeiro Esporte Clube. Em sua explanação lembrou que a constelação do Cruzeiro do Sul era (e ainda é) o símbolo maior da República. Nas armas, no brasão, no selo, na bandeira e em todas as representações da Pátria a imagem do Cruzeiro resplandece. Para agradar aos italianos e seus descendentes foi sugerido que o uniforme passasse a ser azul como o da equipe nacional italiana. Para o grande público foi divulgado que a cor azul representava o azul da bandeira brasileira onde estavam colocadas as estrelas da constelação. No céu azul as estrelas pendiam assim como na bandeira e na camisa do Cruzeiro Esporte Clube. Tal decisão amenizou os ânimos da ala italiana mais rebelde, liderada pelo Conselheiro Aniello Anastasia, este totalmente contrário à mudança do nome do Clube.
        No ano de 2012, em 07 de outubro, o Palestra Italia completou setenta anos sob o nome de Cruzeiro Esporte Clube. Sob a nova e patriótica denominação transformou-se na mais gloriosa instituição esportiva italiana fora da Itália. Títulos em profusão, não só no futebol mas, em vários outros esportes tornaram o Cruzeiro Esporte Clube em referência de capacidade, competência e competitividade entre tantos clubes que brilham pelo mundo afora.
        Ao contrário do que pregam adversários sobre o fato do Palestra Italia ter mudado de nome para Cruzeiro, tal fato demonstra o sentimento de adaptação e pertencimento dos italianos e seus descendentes à sociedade brasileira que tão bem os acolheu. Carregamos no peito o símbolo nacional e representamos o Brasil onde vamos e onde disputamos nossos jogos, escrevendo páginas heroicas e imortais.
        Aos que nos criticam a mudança de nome respondo com o refrão de nosso hino pós 1942 que representa bem a saga, não só dos antigos ítalo-brasileiros como da grande Torcida Cruzeirense espalhada pelo mundo afora e que já é a quinta maior do Brasil:
        “Cruzeiro querido, tão combatido e jamais vencido”!







sábado, 22 de setembro de 2012

Hegemonia

         
          Hegemonia. Difícil encontrar uma palavra que traduza melhor o momento do vôlei do SADA Cruzeiro que se sagrou campeão mineiro de voleibol em 2012. Aliás, tricampeão, uma vez que é a terceira conquista seguida. Em tão pouco tempo de vida já mostrou ao que veio e ostenta um belo currículo de conquistas.
        Desde que a parceria SADA Cruzeiro foi firmada foram várias as vitórias e conquistas que o Clube do Barro Preto amealhou. Fruto de um trabalho intenso e de muito apoio à comissão técnica que aportou no CT sob o comando do técnico Marcelo Mendez. Desde que ele chegou, o Cruzeiro foi finalista em todos os torneios que disputou e deixou de ser campeão em apenas um, a Superliga de 2010/2011.
         Muitos são os que me perguntam se tal excelência no vôlei não pode ser aplicada no futebol cruzeirense. É bom ressaltar que são departamentos diferentes e independentes dentro do Clube, mas que a tendência, é que o futebol atinja também tal padrão de qualidade. Há pouco tempo, havia uma integração muito grande entre os dois departamentos à época de Adilson Batista como treinador de nosso futebol. 
          Tenho que ressaltar o zelo com o qual os dirigentes do principal patrocinador, o Grupo SADA, tratam a equipe. Nada falta e há muita presença.

         Interessante que o orçamento do voleibol cruzeirense não está entre os maiores entre os grandes clubes que disputam a Superliga. A competência no contratar, manter e cobrar desempenho talvez seja a grande sacada do SADA Cruzeiro. A reposta para tal hegemonia talvez se resuma também em um única palavra: Competência.
         Parabéns ao SADA Cruzeiro e sua competente e vibrante torcida! Em outubro acontecerá o Mundial da categoria em Doha e temos boas chances de conseguir o título mundial.
          In bocca al lupo!
Obs.: As fotos foram tiradas do site: http://www.facebook.com/SadaCruzeiro
Como não pude estar presente, pego uma carona no nosso Facebook.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Tudo azul na América do Sul!

          Esperei alguns dias após a final do campeonato sulamericano para escrever no blog sobre a grande final que fez com que tantos sentimentos se aflorassem em tão pouco tempo. Realmente a tensão antes da final mostrou como cada um convive com o imponderável de uma decisão tão importante. Alguns se recolhem, outros se silenciam, outros mais ficam eufóricos, tensos, nervosos e a minoria permanece calma. Eu, particularmente, sou dos que ficam eufóricos e tentam viver cada minuto do evento intensamente, sabendo que outra oportunidade como aquela não acontece todos os finais de semana.
          Esperei também em respeito aos profissionais de imprensa que cobrem e divulgam o evento. Eles são os especialistas em divulgação. Eu, com meu blog, divido com as pessoas que o leem, as minhas impressões pessoais, sempre carregadas de emoção e sem a pretensão de serem furos jornalísticos. É óbvio que minha maneira de descrever os fatos nunca se coincidirá com o de nenhum outro escritor. Cada um tem sua maneira de ver e analisar.
          O dia custou a passar em Linares e cada um curtiu sua espera à sua maneira. Às 16:00 hs saímos do hotel e nos dirigimos ao ginásio, onde o time da casa perdia a disputa do terceiro lugar para o time da Venezuela. Mesmo com a derrota, a prefeitura municipal ofereceu um troféu à equipe linarense que mostrou muita garra e mobilizava a torcida com belas jogadas. Por falar em torcida, a música que mais elevava o moral do time era o hino da cidade. Tive muita dificuldade em aprender a letra, mas, ao final do torneio, já me sentia um linarense cantando o hino municipal. São acordes de uma banda, com pequenas paradas nas quais a plateia canta: Linares! São quatro paradas e quatro vezes entoamos: Linares! 
          Após o jogo começamos o aquecimento e houve a entrada dos times lado a lado após os árbitros. Muito simpática foi a atuação do marketing cruzeirense que mandou flâmulas, bonés e pins que nossos atletas entregavam aos adversários no protocolo de cumprimentos. Em seguida foram entoados os hinos nacionais da Argentina e do Brasil. 
           A partida começou muito tensa e nosso time demorou a entrar no jogo. Perdíamos pontos bobos e os argentinos valorizavam muito os pontos que faziam e catimbavam bastante com muitas reclamações junto aos árbitros da partida. Para eles vale tudo para vencer uma partida. Ao meu lado, na arquibancada, estavam os dirigentes argentinos que não poupavam "elogios" aos nossos jogadores. Os membros da nossa comissão técnica, à exceção do fisiotepeuta Zuim, preferia uma postura mais olímpica e cavalheiresca. Os argentinos venceram o primeiro set e nosso técnico teve que "chegar junto" da rapaziada no intervalo. Aliás, muito engraçada foi a atitude do preparador físico argentino que insistia em ficar perto de nosso banco ouvindo as instruções do Professor Marcelo, fingindo que ia buscar o relatório do estatístico deles que ficava assentado, junto com os outros estatísticos, perto de nosso banco de reservas. Tivemos que pedir que se retirasse. Pedido feito com muita educação por parte de um de nossos jogadores.
       
           Encerrado o jogo o placar nos mostrava 3 x 1 para os brasileiros e mais uma página heroica e imortal foi escrita pelos atletas azuis. Muita festa, comemoração e alegria. Título conquistado com muita luta, suor, esforço e dor (que me diga o Acácio)! Bom ressaltar que, da indicação da seleção do torneio, entre os sete indicados quatro eram do Cruzeiro!






          Encerro com a foto acima da equipe em frente ao Ginásio Ignacio Carrera Pinto em Linares, onde o calor Cruzeirense empanou o frio que fazia naquela região distante do Chile. Chile de tradições especiais em se tratando de Cruzeiro, uma vez que em 1976, foi naquele país que nosso time de futebol levantou a taça de campeão sulamericano e pintou a América do Sul de azul pela primeira vez!

sábado, 8 de setembro de 2012

Diário de viagem - 08/09 - Semifinal

O dia começou bem cedo para mim. Fui incumbido pela direção técnica do SADA Cruzeiro a representar o Clube em uma visita a uma vinícula e em um almoço da organização do evento em Talca, a capital da região de Maule, onde fica a cidade de Linares.
Fomos à Vinícula Balduzzi que pertence à família do mesmo nome. Fui recebido pelo presidente, Dr. Jorge Balduzzi, neto de italianos de Asti, no Piemonte. Asti é produtora de vinhos fantásticos na Italia, com destaque para o Nebbiolo com uvas barolo. O avô do senhor Jorge emigrou da Italia para o Chile e trouxe mudas de uvas que plantou em sua propriedade e que depois viraram o negócio da família. Falando um português perfeito me disse que irá a Belo Horizonte, onde colocará seus vinhos à venda com o auzílio da Câmara de Comércio Ítalo-brasileira.


Após a visita, nos dirigimos ao Hotel Casino, em Talca, onde almoçamos com a organização do Campeonato Sulamericano de Clubes. De volta a Linares, alguns momentos de descanso e às 18:30 hs. saímos para o ginásio onde assistimos o final do jogo onde a UPCN da Argentina derrotou os Hurricanes da Venezuela, se classificando para a grande final de domingo.
Às 20:30 hs começou o jogo do SADA Cruzeiro contra o Linares do Chile e novamente vencemos por 3x0. Estamos classificados para a grande final de domingo contra "los hermanos" e a galera está muito entusiasmada, pois, até agora, não perdemos um set sequer.

O destaque de hoje foi novamente Willian, que matou a pau e Maurício. O destaque mais que positivo foi do líbero Serginho que foi uma muralha defensiva! É interessante ressaltar que o fato do Serginho além de excelente líbero, faz também muitíssimo bem o papel de levantador "ad doc"! Também foi muito legal a entrevista que Wallace deu ao narrador do evento logo após o jogo. Muito elucidativa.
Neste momento os atletas estão jantando e amanhã cedo teremos treino na quadra do ginásio linarense.
Em tempo: a foto do jogo foi tirada do site do SADA Cruzeiro.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Passeio em cima de los hermanos!

Após o café da tarde seguimos para o ginásio.

Curto e grosso: vencemos e sobramos na quadra. Ou eles estavam escondendo jogo, ou realmente jogamos demais. Todo o time jogou muito bem com os destaques de Wallace, William, Felipe, Maurício e Douglas. Há que se ressaltar as boas atuações de Daniel e Sanchez que fazem um revezamento com Wallace e William. É impressionante o quanto nosso time está jogando bem. Faz muito bem à vista assistir o nosso esquadrão sobrepujando hermanos de todos os países.
Muito legal foi a participação da torcida chilena apoiando nossa equipe. Gritos de Cruzeiro, Brasil e a música do Gustavo Lima cantada bem alto lembrando à América do Sul que o Cruzeiro nunca caiu para a série "B"!
Amanhã tem a semi-final contra os chilenos ou venezuelanos. Coloco, a seguir, a foto das taças do Torneio. Com certeza levaremos uma delas para o Barro Preto. Espero que seja a do meio, a de Campeão Sulamericano de Clubes, a Libertadores da América do vôlei!

Na parte da manhã fui escalado para uma visita institucional com os demais dirigentes de Clubes a uma vinícola na região de Linares. Espero fazer bonito.