domingo, 26 de fevereiro de 2012

Um vôo com o Cruzeiro!

Em 29 de junho de 2002 houve um amistoso do Cruzeiro contra o Uberaba no estádio do adversário. Era uma oportunidade de nosso treinador, Marco Aurélio, colocar alguns jovens talentos para que pegassem experiência ou mostrassem serviço. Jovens como Wendel, Gomes, Recife, Jussiê, dentre outros deveriam aproveitar tal oportunidade.
Lembro-me muito bem daquela data, pois amanheceu um lindo dia ensolarado em Belo Horizonte, e ao acordar, a primeira coisa que fiz foi verificar o céu, pois no final da manhã eu e minha filha Ana Letícia, iríamos embarcar em um vôo da antiga Total Linhas Aéreas, com destino a Uberaba para assistirmos o clássico estadual Cruzeiro x Uberaba. Nunca escondi de ninguém que não me dava bem com aviões e que sempre ficava apreensivo quando viajava em algum deles. O simples pensamento de voar em um turbo-hélice ATR-42 já me deixava atarantado. Porém, havia prometido à minha filha Ana Letícia que um dia a levaria para assistir um jogo do Cruzeiro, viajando com a delegação. A importância da partida e o consequente interesse despertado em outros Conselheiros fizeram com que o preço ficasse bem convidativo.
Bem, o fato é que, Benecy Queroz me telefonou, pegou os nomes e números das carteiras de identidade e informou o horário que deveríamos estar presentes no embarque do aeroporto da Pampulha. Incontinenti me dirigi para o aeroporto com Ana Letícia, que à época tinha doze anos.
Lá chegando, aguardamos a chegada do ônibus que trazia a delegação diretamente da Toca da Raposa II (recém inaugurada), e ao nos juntarmos aos jogadores e comissão técnica, nos dirigimos para o embarque no possante avião de origem italiana.
Decolamos e rumamos para Uberaba. Eu na poltrona do corredor e Ana Letícia na poltrona da janela. Como era a primeira vez que ela viajava em um avião com hélices, ela ficou muito impressionada com a potência e o barulho daqueles motores. Entretanto, o calor que fazia dentro da aeronave era africano. Várias vezes pedi às comissárias que ligassem o ar-condicionado que insistiam em informar que já estava no máximo.
Tirando o calor, tudo corria bem e o vôo era bem tranquilo. Começamos os procedimentos de descida para o aeroporto de Uberaba, quando um jato de ar muito forte começou a soprar em nossos pés e Lelê comemorou dizendo: Papai, ligaram, até que enfim, o ar!
Imediatamente alguém, que estava assentado na fileira da frente, gritou desesperado: Não ligaram não! Foi a porta de emergência que abriu!
Era Waldir Barbosa que estava assentado em nossa frente e estava muito assustado. Levantei-me e fui até ele, que estava com os cintos atados e se segurava nos braços da sua poltrona. Na verdade, a porta realmente abrira, mas não havia saído, estando presa por uma espécie de trava de segurança. Porém, através da fresta entre a porta e a fuselagem, era possível passar um braço, o que, aliado à velocidade do avião, para nosso desespero produzia um barulho ensurdecedor. Da cadeira de Waldir, corri até a porta da cabine dos pilotos e pedi socorro. Para meu espanto, o co-piloto veio ver o que acontecia e com a cara mais lambida deste mundo, vaticinou que não havia perigo e que, após a aterrissagem, consertaria o defeito da porta.
Realmente aterrissamos sem problemas e pegamos o ônibus que nos levaria até o estádio João Guido, onde vencemos o Uberaba pelo elástico placar de 4x0. Os gols foram marcados por Jorge Wagner (2), Jussiê e Joãozinho. Foi um amistoso muito proveitoso onde Marco Aurélio pode fazer muitas observações.
Após o jogo, pegamos o ônibus e nos dirigimos ao aeroporto, onde o avião nos aguardava para a viagem de volta. Waldir Barbosa me chamou para uma conversa reservada e me segurou até que todos os outros membros da delegação embarcassem. Após todos terem entrado, me dirigi à aeronave e percebi que haviam consertado a porta e que a poltrona ao lado da porta estava vaga. Aproveitando que o avião tinha vindo com vários lugares vagos, a diretoria do Cruzeiro convidou alguns repórteres para que voltassem conosco, o que lotou o avião. Fui procurar outro lugar para assentar e não achei... O único lugar vago era o que ficava ao lado da porta que havia se soltado. Perguntei ao comandante se haveria perigo e ele me garantiu que não havia. Voltando contrariado para meu lugar, passei por Zezé Perrella que matreiramente piscou o olha para mim e disse: Pedi ao Waldir para você embarcar por último para assentar ao lado da porta, porque como você é o mais gordinho, se a porta se soltar totalmente, você não será sugado, ao contrário, vedará a abertura e não corremos o risco de cair lá embaixo!...
Desnecessário ressaltar que, após a viagem de volta, nunca mais tive medo de viajar de avião...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Um dia ao lado de Dimas Fonseca

Antes da partida Cruzeiro x Tupi fui surpreendido pelo pedido de demissão de Dimas Fonseca. Eu e todos os que estavam de plantão, tanto no estádio como nos radinhos espalhados por todo o Brasil. Até mesmo alguns repórteres anunciaram que a possível venda de Montillo seria anunciada, quando foi anunciada a coletiva, apesar dele estar relacionado para jogar...
Digo que me surpreendi porque com a posse de Gilvan na presidência do Clube, foi anunciada a sua continuidade no posto de diretor de futebol, principalmente por ser uma figura chave no departamento e o novo presidente ter sido vice-presidente na gestão anterior. Dimas havia começado vários projetos e negócios e, naturalmente deveria concluí-los. Aliás, Dimas, como empresário vencedor e qualificado, tinha primazia sobre diversos assuntos referentes não só ao futebol como em diversos setores do Clube, pois, afinal de contas, com o passar dos tempos, a vocação principal de nossa instituição passou a ser o futebol, fazendo com que qualquer assunto dentro do Clube afete sempre o nosso departamento de futebol.
Com um dirigente representante da continuidade da gestão, nada mais óbvio que houvesse a continuidade dos outros gestores.
A saída de Dimas ocorreu com a justificativa de que havia uma forte pressão por parte de seus familiares. Eu não duvido que tenha sido esse o maior motivo.
Tive a oportunidade de acompanhá-lo e vê-lo em ação durante algumas partidas no final do ano de 2011. Realmente Dimas não teve boa vida. Onde ia, era hostilizado por torcedores, que nem sempre faziam suas ponderações de maneira educada. Na maioria das vezes expunham suas idéias de maneira ríspida e ameaçadora.
O ponto alto das minhas observações sobre o relacionamento entre Dimas e a torcida aconteceu em São Paulo, no Pacaembu, no jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, que terminou empatado em 1x1.
À época, o treinador era Emerson Ávila que foi uma aposta de Dimas que não deu certo. Quando chegamos ao Pacaembu fomos encaminhados a um setor no alto das arquibancadas, onde foi improvisado um camarote, para os diretores, convidados e atletas não selecionados para o jogo. Tal camarote ficava logo acima de onde estava localizada a nossa torcida. Assistimos o jogo e durante os noventa minutos de jogo Dimas foi apupado, algumas vezes por todos os torcedores, outras vezes por um grupo de gatos pingados que realmente lotaram a paciência. Não sei como um sujeito se arranca de Belo Horizonte, viaja horas em um ônibus e fica o tempo todo de costas para o jogo gritando palavras de ordem contra alguém. Com certeza aquele rapaz não assistiu nada da partida. Eu particularmente fiquei muito incomodado com o comportamento de alguns torcedores que extrapolaram em seus "elogios".
Após o jogo e de uma defesa de pênalti por parte de Rafael nos minutos finais, que valeu o empate, saí com a certeza que, mesmo que seja muito bem pago, o cargo de diretor de futebol do Cruzeiro não tem nada a ver com minhas pretensões clubísticas. Nenhum dinheiro do mundo ou nenhuma pretensão política vale a humilhação que meu amigo Dimas passou naquele dia.
Por ter convivido com ele naquele dia e ter visto o tanto que ele sofreu, por parte da torcida e por parte da equipe que não correspondeu, tenho certeza que a sua justificativa para sair do cargo não foi uma desculpa e sim a mais pura verdade.
Desejo a meu amigo e companheiro de Conselho Dimas Fonseca toda a felicidade do mundo junto à sua família. Não desejo ao meu maior desafeto a metade do que Dimas passou. Ninguém merece.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Que tal passear na Italia nas férias?

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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cuidado com o que escreve!



Há pessoas que acham que no Conselho Deliberativo todos pensam da mesma maneira e sempre concordam com tudo. Algumas vezes, torcedores mais exaltados nos chamam de omissos. Não é verdade! Há entre os Conselheiros um constante debate, mas há também a praxe de se apoiar o que foi decidido pela maioria. O Cruzeiro está acima dos interesses particulares.

A prova de que nem todos concordam com tudo é a cópia da reportagem do Superesportes de 27/08/2011 no qual o repórter, vigilante no meu twitter, pescou uma opinião que postei aos meus amigos seguidores.
É bom se ressaltar que tal reportagem repercutiu muito entre diretores e conselheiros, sendo que, não recebi nenhuma reprimenda ou reclamação sobre o comentário. Muitos concordaram comigo e os que não pensavam como eu, aceitaram meu ponto de vista embora não concordassem com ele.

Presidente do conselho fiscal do Cruzeiro faz críticas à diretoria via Twitter 

Anísio Ciscotto se mostrou irritado com vendas e defendeu outras formas de arrecadação

Thiago de Castro - Superesportes

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Publicação:

27/08/2011 16:29

Atualização:

27/08/2011 16:37
Reprodução do Twitter
Dudu foi vendido para o Dínamo-UCR na véspera de um clássico contra o Galo


A política de vendas de jogadores em larga escala, e em momentos importantes da temporada, não agrada aos torcedores do Cruzeiro, como demonstra enquete do Superesportes. E até mesmo pessoas ligadas ao clube também reprovam as saídas. O presidente do conselho fiscal celeste, Anísio Ciscotto, criticou a negociação de Dudu para o Dínamo-UCR, via Twitter.

“Pessoal, me chateio bastante com o fato de vendermos jogadores no decorrer do campeonato. Ontem ao saber da venda, fiquei mto irritado. (sic)”, escreveu.

Anísio também disse que a política de vendas poderá ser mudada. No fim do ano, Zezé Perrella deixará o clube para se dedicar exclusivamente ao cargo de senador.

“Infelizmente é uma política adotada pela direção do Clube. Sei que tal política vai mudar. Temos trabalhado mto para isso (sic)”.

Ao responder um dos internautas, o presidente do conselho fiscal defendeu que o clube consiga maneiras alternativas de arrecadação. “A política financ. sempre foi a de cobrir déficits com a venda. Acho que há outras formas (sic)”.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Atraso nos salários - matéria do O Tempo explica

DETALHES DO ATRASO
Conselheiro Fiscal explica burocracia nos salários e mostra confiança nas finanças do Cruzeiro
Procurado pelo SuperFC, Anísio Ciscotto deu detalhes sobre os problemas que atrapalham o pagamento de salários dos jogadores celestes
31/01/2012 17h20
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DA REDAÇÃO
www.twitter.com/super_fc
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FOTO: VIPCOMM/DIVULGAÇÃO
Apesar de atraso, conselheiro mantém confiança na gestão do presidente Gilvan de Pinho Tavares
A reclamação pública feita pelos jogadores do Cruzeiro sobre o atraso nos salários deu um novo e importante capítulo para a crise que ameça se instalar na Toca da Raposa II. A diretoria celeste atribui os atrasos a questões operacionais com o banco que rege as contas do clube.

Para esclarecer as burocracias que atrapalharam os pagamentos do Cruzeiro, SuperFC procurou o presidente do conselho fiscal do clube, Anísio Ciscotto Filho, que deu detalhes sobre a situação e revelou que os salários devem ser pagos em breve.

"No início do ano trocamos a diretoria, mudaram as pessoas que assinam pelo clube e, normalmente, os cadastros e avaliações têm de ser refeitos. Então, é normal quando se muda a diretoria que exista uma burocracia maior de pesquisas e limites também. Tudo começa praticamente do zero. Como o Zezé (Perrella) saiu e entrou uma diretoria nova, é preciso fazer uma demanda de análise de crédito e outras coisas do tipo, que necessita tempo, ao menos 30 dias. Por isso houve o atraso", explicou Anísio.

O conselheiro esclareceu que o uso de empréstimos bancários para quitar despesas é prática comum na Raposa desde o início da 'Era Perrella' e não classifica o fato como um enfraquecimento do clube.

"O Cruzeiro já utiliza há algum tempo créditos bancários para fazer seu negócios, isso é normal e nunca foi segredo para niguém. Somos um dos poucos clubes que têm crédito em bancos, porque horamos nossas contas. Ninguém empesta dinheiro para alguém que não paga. As pessoas acham que ir ao banco pedir empréstimo é sina de fraqueza, mas não. É sinal de organização, de pujança e o Cruzeiro tem crédito com vários bancos", esclareceu Ciscotto, que, apesar do momento complicado, não vê problemas a longo prazo para as finanças da Raposa.

"Uma coisa é a situação financeira, outra é a situação econômica. Você pode estar financeiramente mal e economicamente bem. Temos patrocínios assinados, cotas de televisão de vários campeonatos, recebimentos a serem feitos, vendas de jogadores parcelados... São créditos para entrar e atenuar um momento difícil. As receitas do clube serão maiores que no ano passado e vejo essa situação dos salários como algo temporário, questão de adaptação da nova diretoria do Cruzeiro e não me preocupo. Há mais de 20 anos não atrasamos os salários e quanto acontece, é um fato significativo.", completou Anísio,

 Confiança em Gilvan

Conselheiro influente dentro do Cruzeiro, Anísio conhece o presidente Gilvan de Pinho Tavares como poucos. A proximidade entre os dois dá total propriedade para Ciscotto avaliar a postura do novo mandatário celeste, que foi alvo dos jogadores nesta terça-feira, após declaração irônica sobre o atraso dos salários.

Na opinião de Anísio, o acontecimento desta terça-feira não deve abalar as relações internas dentro clube, sobreturo entre atletas e diretoria. O conselheiro aposta na capacidade de Gilvan contornar os problemas da melhor maneira possível.

"O Gilvan sempre foi uma pessoa conciliadora. Ele já tomou posições políticas dentro do Cruzeiro até mesmo contra o Zezé (Perrella), inclusive foram adversários certa vez. Se eu fosse destacar uma qualidade do Gilvan, é essa: conciliador. Acredito que ele vai ter a hombridade de chamar os jogadores para conversar e, se achar que errou, vai admitir o erro, se tiver de pedir desculpas, vai pedir. Da mesma forma que se não achar que deve pedir, não irá. Tenho tranquilidade de que ele vai resolver essa situação", ponderou.

Anísio finalizou afirmando que todo este imbróglio servirá de aprendizado para a nova gestão celeste, que tem o apoio total dos conselheiros para regir o clube.

"Fica como um aprendizado para a nova diretoria, que mal entrou e pegou um momento difícil, com muitas situações adversas. O importante é que o conselho do clube está unido, apostando no Gilvan, e o conselho fiscal está tranquilo em relação ao presidente", acrescentou.