segunda-feira, 25 de abril de 2016

Demonstrações financeiras Cruzeiro 2015.
















À primeira vista, as demonstrações financeiras do Cruzeiro, referentes ao ano de 2015, não se diferem muito dos padrões dos anos anteriores: Déficit, variação considerável de arrecação de um ano para outro, composição de receitas que se mudam de ano para ano. Talvez a grande vedete destes demonstrativos seja o valor considerável de negociações de passes de jogadores. E, apesar disto, nosso saldo da conta do Ativo Não-Circulante conhecida como "Intangível" aumentou em dez por cento.
Merece atenção também o fato do gasto com salários no departamento de futebol ter sido consideravelmente maior que os valores de 2014. Cabe ressaltar que o time de 2014 foi campeão brasileiro e o de 2015 foi um fiasco.
É bom lembrar que Bruno Vicintin e Thiago Scuro refizeram, para 2016, contratos de jogadores emprestados que antes tinham salários pagos pelo Cruzeiro. Agora os salários serão pagos pelos clubes que recebem os jogadores por empréstimo. Também diversos jogadores foram dispensados ou tiveram o final de seu contratos. 
O resultado de bilheteria e sócios do futebol caiu praticamente pela metade. Enseja um estudo maior e aprofundado do acontecido, tendo em vista que o número de sócios torcedores não diminuiu tanto. Talvez uma migração para planos mais baratos seja a explicação.
O que merece louvor é o Cruzeiro voltar a fazer parte do rol de clubes que têm a sua situação fiscal em dia. Se bem que tal retorno deve-se ao PROFUT, programa do governo federal que atingiu praticamente todos os grandes clubes do futebol brasileiro. O Cruzeiro que sempre se gabou de ser bom pagador de impostos e taxas, nos três anos anteriores não se comportou da maneira histórica, ensejando um considerável passivo tributário, ora regularizado. O passivo mostra que os valores que estavam impactando no circulante migraram para o não circulante, dando um grande fôlego ás finanças do Clube.
Os associados e as escolinhas arrecadaram 4% do toral das receitas.
Por fim, é impressionante o montante de juros que o Clube recolhe a bancos e administradoras de cartões de crédito. Tal montante daria para pagar quase três meses da atual folha de pagamentos do Cruzeiro.
Tal postagem, com certeza, será mais apreciada pela parte superior, onde constam os números, do que pelos meus comentários. Entretanto espero ter ajudado na compreensão dos números, tendo como ponto de vista o de um Gerente de Instituição Financeira e operador de mercados e fundos.